Por Ricardo Noblat
Do O globo.
A plateia que assistiu, ontem, em Brasília a cerimônia de
abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas teve o privilégio de
testemunhar aquele que passará à História como o mais extraordinário discurso
pronunciado pela presidente Dilma Rousseff. Pelo menos até agora.
Ela gastou, segundo a Folha de S. Paulo, 20 minutos. Dez
para saudar as autoridades presentes. E mais dez falando de improviso sobre a
mandioca, a bola e “as mulheres sapiens”, uma nova e até aqui desconhecida
categoria na evolução humana.
- Nenhuma civilização nasceu sem ter acesso a uma forma
básica de alimentação. E aqui nós temos uma, como também os índios e os
indígenas americanos têm a deles. Temos a mandioca. E aqui nós estamos e,
certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para
o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então,
aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil -
disse Dilma.
“Dilma segurava uma bola cinza escura, que colocou debaixo
do braço quando foi ao púlpito para, de improviso, discursar. Não quis passar a
bola para um assessor que se aproximou para ajudá-la. "Não precisa",
sussurrou”, informa a Folha.
- Aqui tem uma bola, uma bola que eu acho que é um exemplo.
Ela é extremamente leve, já testei aqui, testei embaixadinha, meia
embaixadinha... Bom, mas a importância da bola é justamente essa, é símbolo da
capacidade que nos distingue - continuou.
Para arrematar:
- Nós somos do gênero humano, da espécie sapiens, somos
aqueles que têm a capacidade de jogar, de brincar, porque jogar é isso aqui. O
importante não é ganhar e sim celebrar. [...] Então, para mim, essa bola é o
símbolo da nossa evolução, quando nós criamos uma bola dessas, nos
transformamos em Homo sapiens ou mulheres sapiens.
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