Fotos: divulgação/PMDB - arquivo ON
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Temer vice-presidente e Pcciani líder do PMDB. |
Henrique Alves - ON
Em carta do
vice-presidente, Michel Temer, encaminhada à presidência da republica Dilma
Rousseff, o líder do partido na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (PMDB-RJ)
considera que o documento revela que o vice-presidente não tinha interesse no "fortalecimento da bancada".
Na carta, Temer relata
uma série de episódios que demostrariam, em suas palavras, a "absoluta desconfiança" que Dilma sempre
teve em relação a ele e ao PMDB.
Em um dos itens
elencados pelo vice-presidente, ele faz menção ao processo da reforma
ministerial realizada recentemente. No documento, o pemedebista afirma ter sido
‘ignorado’ nas tentativas e se queixa
de Dilma o ter substituído nas negociações pelo líder Picciani e Jorge
Picciani, pai do deputado, e nome forte na Câmara dos Deputados.
“A carta esclarece
muitos pontos. Vai ter uma repercussão forte dentro da bancada. Ficar claro que
o Michel Temer não queria o fortalecimento da bancada. Ele ficou incomodado.
Ele fala contra a presidente ter conversado comigo e ter indicado os dois
deputados ministros. E em todo momento não defende a posição da bancada, mas
dos seus aliados pessoais. Ele mesmo frisa que o Moreira Franco, o Eliseu
Padilha e Edinho Araújo eram pessoas dele”, afirmou Picciani.
Nas negociações feitas na reforma ministerial, o líder do
PMDB conseguiu emplacar os deputados Marcelo Castro (PMDB-PI), como ministro da
Saúde, e Celso Pansera (PMDB-RJ) como ministro da Ciência e Tecnologia. Na
reforma, o deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) perdeu o cargo da secretaria de
Portos para Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA).
“Não fui eu quem fui procurar a presidente. Não fui eu que foi pedir nada.
Ela ofereceu e eu apenas cumpri o papel de líder transmitindo à bancada os
convites que foram feitos. E decidimos após consultar a maioria. Em momento
nenhum eu pedi que substituíssem os aliados dele por membros da bancada”, ressaltou
Picciani.
O líder do PMDB da Câmara também disse estranhar a queixa de
Temer, que na carta endereçada a Dilma, diz ter sido um "vice decorativo" no
primeiro mandato.
“Se ele se julgava um vice decorativo nos quatro primeiros anos, por que
ele depois conduziu o partido, mesmo rachado, a permanecer na aliança? Se ele
se sentia um vice decorativo por que continuar dessa forma (na chapa
presidencial do PT)?”, ponderou.
Picciani afirmou que tomou conhecimento do conteúdo
da carta apenas no final da noite de ontem após participar de jantar promovido
pelo líder do PMDB na Senado, Eunício Oliveira (CE). No encontro também
estiveram presentes os demais ministros do PMDB com exceção de Henrique Eduardo
Alves (Turismo), ligado a Temer. Alves não estava em Brasília.
Na reunião foi discutida a manobra da oposição e de uma ala
do PMDB ligada ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
de lançar uma chapa concorrente para compor a Comissão Especial do impeachment.
O objetivo é contrapor a indicações de líderes partidários da base que defendem
nomes governistas para integrar o colegiado.
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