ON Caruaru

Projeto vai produzir energia a partir de resíduos do esgoto

Iniciativa, em fase final de estudos, deve entrar em operação em agosto. Investimento na Capital do Agreste, segundo a Celpe, é de R$ 3,7 milhões e conta com o apoio da Compesa

A Celpe (Companhia Energética de Pernambuco) está finalizando os estudos para implantar, em Caruaru, um projeto que promete servir de modelo para outros municípios do Estado. A ideia do Projeto Biogás é transformar em energia elétrica o gás metano gerado pelos resíduos encontrados no esgoto. A iniciativa conta com o apoio do Governo do Estado e da Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento).

O gestor da Unidade de Meio Ambiente da Celpe, Thiago Caires, explica: "O resíduo que sai das residências e imóveis comerciais do município é encaminhado para uma ETE (estação de tratamento de esgoto). Durante o processo de tratamento, é gerado o gás metano, que é altamente poluente. Iremos construir uma estrutura nesse local para impedir que o gás seja lançado na atmosfera, canalizando ele para um gerador de energia''.

A expectativa do gestor é que sejam gerados, por hora, aproximadamente 200 KW (quilowatts) de energia. Na prática, a quantidade é suficiente para abastecer 400 casas populares durante o mesmo intervalo de tempo.

Mas a ideia é que o projeto gere benefícios para o próprio Estado. Em vez de redirecionar a energia para a distribuição nas residências, gerando lucro para a companhia, toda a produção será utilizada na própria estação de tratamento de esgoto. Estima-se uma economia de aproximadamente 40% com gastos em eletricidade.

Outro benefício direto é para o meio ambiente. Ao ser aproveitado na geração de energia, o gás deixa de ser lançado na atmosfera. E isso representa um grande avanço, porque o metano está, assim como observa Thiago Caires, entre os gases responsáveis pelos danos na camada de ozônio - camada de gás que protege a terra, as plantas e os seres vivos que vivem nela dos raios ultravioleta emitidos pelo sol.

"É um modelo de geração de energia que é utilizado em países como Estados Unidos e Alemanha, onde as pesquisas sobre alternativas ecológicas para a geração de energia são exemplo para todo o mundo", observa o gestor, que logo complementa: "O intuito é que possamos disseminar esta ideia, mostrando, por exemplo, que trata-se de uma alternativa possível e viável para a realidade do nosso Estado. O interessante é que é algo que pode ser implantado, por exemplo, em pequenas comunidades/municípios''.

A previsão é que a instalação dos equipamentos na ETE, em Caruaru, seja concluída até junho. Também que o sistema entre em operação no município já em agosto. O funcionamento dele será monitorado por um ano, quando serão observados, por exemplo, aspectos como a capacidade geradora, de que forma os equipamentos respondem à demanda/produção e, claro, como tem sido aproveitado o recurso "energia", produzida utilizando como "matéria-prima" o gás metano.

Pretende-se, inclusive, apresentar os resultados para o Governo do Estado, como alternativa a ser incentivada em outros centros urbanos.

De acordo com a própria companhia, estão sendo investidos R$ 4,6 milhões no Projeto Biogás. Deste total, R$ 3,9 milhões são da Celpe e outros R$ 700 mil da Compesa. A maior parte dos recursos (R$ 3,7 milhões) está sendo empregada em Caruaru e os outros R$ 900 mil em Camaragibe, onde espera-se instalar uma capacidade produtora de 10 KW de energia.

"A ideia é justamente mostrar que é possível utilizar o sistema para a produção em maior escala, como é o caso de Caruaru, com 200 KW, e em menor escala, como Camaragibe, com 10 KW", frisa Thiago Caires.

Os estudos para implantação do sistema tiveram início em 2013.

Informações: Jornal Vanguarda, 

Caruaru - PE. 

Foto: Jornal Vanguarda.