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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Campanha questiona o machismo e estimula a liberdade das mulheres

Do diário de Pernambuco

A campanha "Deixa ela em paz", iniciada há cerca de um mês no Rio de Janeiro, invade as ruas do Recife e de Caruaru para propor a reflexão, questionar o machismo institucionalizado do dia a dia das cidades e estimular a liberdade das mulheres. Além do ciberativismo e da interatividade das redes sociais, as ativistas atuam de maneira independente, autônoma e colaborativa e recorrem à tradicional manifestação do lambe-lambe, espalhando cartazes com a frase que dá nome à iniciativa. Para estimular o colaborativismo, um arquivo será disponibilizado na página da campanha no Facebook para que qualquer pessoa que deseja participar também possa se manifestar contra o machismo e quem reproduz o discurso, o julgamento e a opressão às mulheres. No Recife, os cartazes podem ser vistos nas ruas da Aurora, da Saudade e no Monumento Tortura Nunca Mais.


Na descrição do grupo, situações ainda comuns ao cotidiano feminino reforçam a necessidade da campanha como um pedido de respeito: "ao ex que não desiste de ligar de madrugada; ao fofo que acha que já que pagou o jantar, merece pelo menos uns beijinhos; ao que se faz de surdo quando ouve um “não"; ao querido que acha que mulher tem que se dar o respeito; ao galã que coloca a etiqueta “pra casar” x “pra pegar"; ao que assovia, sussurra e “elogia” na rua; à moça que mede o comprimento da saia alheia; à revista que ensina 100 maneiras de enlouquecer um homem na cama e como conquistar um corpo digno do verão; aos que rotulam, calam, discriminam, diminuem, interrompem, menosprezam ou tratam como louca, mandamos o recado: Deixa ela em paz."



Os casos, acontecem a toda a hora, como recentemente, no Recife, durante um debate sobre o filme "Que horas ela volta?" no Cinema do Museu, na Fundação Joaquim Nabuco, no bairro de Casa Forte. Durante a conversa entre o curador do cinema, Luiz Joaquim, e a diretora, a paulistana Anna Muylaert, na noite do sábado passado, os diretores de cinema do Recife Claudio Assis e Lírio Ferreira teriam feito declarações preconceituosas. Claudio teria chamado a protagonista, a atriz Regina Casé, de gorda. Já o cineasta e crítico de cinema Felipe André Silva informou que Assis teria chamado o maquiador do filme de "bichona", interrompendo falas da diretora e do público.



A Fundaj se desculpou por meio de uma nota nas redes sociais: "O Cinema da Fundação Joaquim Nabuco pede desculpas aos frequentadores incomodados no debate ocorrido na noite de sábado (...). A situação desagradável e o constrangimento causados servirá (sic) de exemplo para novas medidas a serem tomadas pela Fundaj, instituição que não corrobora nenhuma expressão de preconceito. Ao contrário, vem trabalhando há mais de seis décadas para tornar a sociedade melhor". Para a diretora Anna Muylaert, o fato é oportuno por abrir a discussão sobre machismo e preconceito. Ela acredita que os pivôs do tumulto, na verdade, estariam incomodados em verem uma mulher em evidência.

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