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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Presidente da Volkswagen deixa cargo em meio a escândalo de fraude sobre emissão de poluentes

Do jornal O globo: 

BERLIM - O presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, renunciou ao cargo em meio ao escândalo de fraude sobre a emissão de poluentes por motores a diesel da montadora alemã nos Estados Unidos. Desde o início da crise, na semana passada, já se especulava que o executivo acabaria deixando a empresa. Nesta quarta-feira, com a perda do apoio no conselho de administração da companhia, ele acabou anunciando seu afastamento.

"Estou consternado pelos acontecimentos dos últimos dias. Estou chocado com o fato de que condutas impróprias tenham ocorrido em tal escala dentro Grupo Volkswagen", disse Winterkorn, de 68 anos, em um comunicado.

"A Volkswagen precisa de um novo começo, também em termos de pessoal. Estou liberando o caminho para este novo começo com a minha renúncia", acrescentou ele na nota oficial.
Seu substituto será escolhido na sexta-feira, segundo o Conselho de Fiscalização. A Volkswagen admitiu na terça-feira ter equipado 11 milhões de carros em todo o mundo com um software de manipulação de dados de emissões de poluentes.

O sistema reconhecia quando um carro estava sendo verificado em um centro de testes, mudando o motor para o modo de economia e injetando produtos químicos para reduzir as emissões, a fim de registrar nos testes resultados inferiores aos observados em condições normais de condução.

O caso foi descoberto nos Estados Unidos, que na terça também anunciou a abertura de uma investigação penal. Em dois dias, a desvalorização dos papéis da maior montadora do mundo chegou a 35% em relação a sexta-feira, quando estourou o escândalo.

GOVERNO ALEMÃO ADMITE QUE SABIA DE DIFERENÇA DE DADOS
Os softwares fraudulentos detectados em modelos das marcas VW e Audi nos Estados Unidos podem estar presentes em outras filiais, que conta com marcas como Seat, Skoda e Porsche. A Volks afirma que o Brasil não tem modelos com o sistema.

A Volkswagen anunciou também que gastará € 6,5 bilhões no terceiro trimestre do ano para enfrentar as primeiras consequências do caso. Isso levará a empresa a ajustar suas metas de lucro para 2015.

Mas a Agência de Proteção Ambiental dos EUA afirmou na sexta-feira que a Volkswagen poderá enfrentar punições de até US$ 18 bilhões por falsificar os testes.

Winterkorn declarou "sentir muito pela falta cometida pelo grupo". É o maior escândalo já enfrentado pela empresa, fundada há 78 anos.
Promotores alemães disseram nesta quarta-feira que estão realizando uma investigação preliminar sobre a manipulação de resultados de testes de emissão de poluentes em veículos da marca, enquanto a ministra de Energia da França, Ségolène Royal, afirmou que o país pode ser "extremamente severo" se sua investigação encontrar qualquer delito.

Por outra parte, o Ministério dos Transportes da Alemanha negou nesta quarta-feira que tivesse conhecimento sobre a tecnologia usada pela Volkswagen, apesar de reconhecer que sabia de uma diferença entre testes e emissões nas ruas.

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Membros do Partido Verde questionaram o governo sobre a discrepância entre as emissões no ambiente de teste e durante a condução normal.

O Ministério dos Transportes, respondendo em nome do governo, reconheceu em um comunicado que estava ciente do problema e que estava buscando regras mais rígidas. A resposta não reconheceu, no entanto, qualquer manipulação deliberada.

— Não havia nenhum conhecimento do Ministério dos Transportes sobre o uso de tecnologia de controle de emissões — disse um porta-voz do ministério.


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