Do Blog do Igor Maciel:
A Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) das Faculdades Irregulares, da Assembleia
Legislativa de Pernambuco (ALEPE), ouviu nessa quinta-feira (12), executivos
Executivos da Faculdade de Desenvolvimento e Integração Regional (Fadire), que
tem sede em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste.
A
instituição é acusada de estelionato pelos próprios alunos, por supostamente
ofertar, como carreiras de graduação, cursos de extensão universitária –
formação de curta duração voltada ao aperfeiçoamento de profissionais. Os
representantes negaram todas as alegações à Comissão.
Diretor-geral
da Fadire, Jean Alves Cabral disse que os estudantes são informados, “expressa
e claramente”, de que os cursos da entidade não equivalem a graduação e que, no
momento da matrícula, não asseguram a emissão de diploma universitário. Os
certificados obtidos após a formação, segundo o gestor, somente podem ser
aproveitados para a dispensa de disciplinas em cursos regulares de outras
faculdades. “Não vendemos diplomas. Nosso programa é de extensão”, sustentou.
O gestor
disse que a tática é para manter a instituição aberta, sem informar qual o
faturamento total da empresa, que conta com 3,6 mil alunos e cobra mensalidades
entre R$ 180 e R$ 250.
Alunos da
instituição refutaram as negativas dos executivos durante a CPI, um deles
Daniele Oliveira, estudante de Serviço Social em Condado, Mata Norte. “Eles
sempre afirmaram que o curso era de graduação”, disse a aluna, afirmando que
“os diretores nos chamaram até Santa Cruz, onde um coordenador insinuou que nos
preocupássemos com nossas vidas e com nossas famílias”, ainda relatou Daniele.
Para o
presidente da CPI, deputado Rodrigo Novaes (PSD), as informações apuradas até o
momento apontam para graves irregularidades administrativas na oferta dos
cursos, existindo também indícios de estelionato, formação de quadrilha e
fraudes fiscais. “Soubemos de histórias de alunos que pagavam as mensalidades
com o Bolsa-Família, tiravam de onde não tinham para realizar um sonho, e
estavam sendo enganados”, lamentou.
Diretores da
Fundação de Ensino Superior de Olinda (Funeso) e das Faculdades Extensivas de
Pernambuco (Faexpe) – acusadas dos mesmos ilícitos da Fadire – também foram
convocados a depor como testemunhas. Os representantes da instituição devem ser
ouvidos na próxima quarta (18).
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