Pesquisadores ligados ao projeto de criação da unidade de
conservação de Proteção Integral, o Refúgio de Vida Silvestre Tatu-Bola (RSV)
no Sertão Pernambuco, assinaram uma carta de repúdio à Secretaria do Meio
Ambiente e Sustentabilidade (Semas) após decisão de recategorizar a área de
proteção depois de seis meses de sua criação. A medida foi tomada em uma
reunião do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) em setembro deste ano.
O projeto será enviado ao governador Paulo Câmara (PSB), para que um Projeto de
Lei seja enviado à Assembleia Legislativa (Alepe).
Em um dos trechos da carta os pesquisadores, que são docentes
das universidades Federal de Pernambuco (UFPE), Federal da Paraiba (UFPB), Vale
do São Francisco (Univasf) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), explicam um dos motivos que os levaram a assinarem o
documento de repúdio.
“O rebaixamento da categoria de proteção do RVS Tatu-Bola à
APA (Área de Proteção Ambiental). Uma APA só se justifica em regiões densamente
povoadas com diferentes tipos de uso de solo e é a última alternativa de
proteção para áreas com recursos naturais importantes mas impossíveis na
prática de serem protegidos de maneira mais forte. A área do RVS Tatu-Bola é
justamente o contrário disso e possui todos os atributos para uma área de proteção
integral (baixíssima densidade populacional, poucas estradas e solos inférteis
para a agricultura). A Caatinga é o ecossistema menos protegido do Brasil com
apenas 1% de sua área sob proteção integral. O RVS Tatu-Bola eleva
significativamente essa proporção e resguarda uma zona importantíssima de
Caatinga pura e bem conservada.“
O projeto de preservação foi oficializado em março deste ano
e abrange três municípios do sertão do Estado, entre eles Petrolina. O refúgio,
que tem por objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições
para a existência ou reprodução de espécies como o Tatu-Bola, tem uma área de
cerca de 110 mil hectares. (Informações do Ne10)
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