A Sociedade Brasileira
de Pediatria (SBP), em nota envida hoje ao ON, divulgou uma parceria com duas
fundações, a Fundação Itaú Social e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, que
lançaram a campanha “Receite um Livro”. A SBP, considera os primeiros dias de
vida de uma criança fundamentais para seu desenvolvimento. “É nesse
período que a formação de conexões cerebrais é mais propícia. Além disso, há
cada vez mais evidências de que a arquitetura do cérebro é construída a partir
das experiências vivenciadas. Por isso, é muito importante oferecer cuidado,
afeto e estímulos o mais cedo possível à criança, até mesmo durante a gestação,
para que ela possa desenvolver de forma plena habilidades como pensar, falar e
aprender”, esclarece a entidade.
A campanha incentiva que pediatras orientem as famílias a ler
em voz alta para os filhos, especialmente na primeira infância - período que
vai da gestação aos seis anos. Conforme
aponta a SBP, o estímulo à leitura resulta diretamente em melhoria da qualidade
de vida e da capacidade de aprendizado, com reflexos positivos até a vida
adulta. Neste período, 90% das conexões cerebrais são formadas. “Nas crianças
de 0 a 6 anos de idade está aberta uma “janela de oportunidades” para o
estímulo neuronal do cérebro, que deve ser aproveitada”, defende Eduardo da
Silva Vaz, presidente da SBP.
Para Vaz, o incentivo à prática da leitura pode ser incluído
durante as consultas. “Enquanto estou pesando, medindo, conversando com as
mães, tenho sempre a oportunidade de chamar a atenção para o fato de que elas
devem ler para as crianças. A Fundação Maria Cecília Souto Vidigal fez uma
pesquisa com mães, e muitas delas não têm esse entendimento de que o estímulo,
o estar junto, faz parte do desenvolvimento. Quando você trabalha essa parte da
cognição e da afetividade, você também melhora a qualidade da saúde”, explica.
Benefícios
Na análise do presidente, todas as crianças e também os
adolescentes vão se beneficiar com a leitura. “Tenho falado, inclusive, para as
mães que têm crianças com atraso (no desenvolvimento), que elas têm que
estimular os filhos. É preciso conversar muito com essas crianças, ler para
elas, porque o cérebro se desenvolve bastante. Temos janelas de oportunidades
no nosso cérebro, e compete a nós, pediatras, orientar sobre isso”.
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