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O médico Stefan Welcovic possui 115 bicicletas. A mais antiga é do ano de 1910. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press
Sentado no sofá de seu apartamento, no bairro do Espinheiro, zona norte do Recife, Stefan Welkovic, 55 anos, fala com propriedade quando o assunto é saudosismo. “Lugar de passado é na mente. Mas o passado material merece estar ao nosso lado”. Para ele, colecionar objetos antigos trata-se de um hobby cujo privilégio é ter os melhores exemplares de um tempo que já passou. “O mérito de ser colecionador é ter bens antigos que sobreviveram ao tempo porque são de qualidade”. Obstetra e ginecologista há 32 anos, ele coleciona vários objetos, mas foi comprando diferentes modelos de bicicletas que sua paixão começou.
Sem condições de comprar um automóvel, mesmo um popular, Stefan passou a investir nas bicicletas em meados dos anos 1990. O que era uma alternativa de transporte transformou-se numa paixão. Ao invés de comprar uma bicicleta nova, o médico achou mais barato e acessível restaurar um modelo antigo, deixando-o exatamente como era originalmente. Daí por diante, não parou mais.
Para ele, quanto maior o desafio, melhor. Hoje, coleciona uma média de 115 “magrelinhas”, sendo a mais antiga de 1910. Sua coleção contempla modelos nacionais e estrangeiros, bicicletas duplas, triplas e até triciclos. Segundo ele, o sentido de adquirir bicicletas antigas está na possibilidade de resgatar o que poderia ir para o ferro-velho. “Eu já salvei muitos modelos históricos brasileiros e ingleses. Mando buscar peças em outros países, até na Tailândia e nas Filipinas. A internet facilita bastante as coisas. Também consigo através de amigos e na feira do troca-troca que acontece todo sábado, em Gravatá, onde tenho casa”, conta.
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Exposição
Quando questionado sobre o desejo de tornar suas bicicletas objetos de exposição, o médico revela que já foi convidado para expor na Torre Malakoff, mas ainda não abraçou a proposta. Entretanto, sua coleção já pôde ser conferida num evento didático no Colégio São Luiz, onde os filhos estudaram, e numa feira de trânsito e transporte, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, organizada pelo amigo e entusiasta ciclístico Marcelo Bione.
A reação das pessoas diante das magrelinhas históricas restauradas por Stefan Welkovic é algo que alimenta ainda mais o espírito colecionador do médico. “Um dos fatores mais especiais de colecionar é compartilhar o mesmo sentimento de alegria por uma coisa antiga. É especial pra mim e também para os outros, que reagem de maneira sensível, quando se deparam com um objeto antigo”, diz o ginecologista. Mais coleções Stefan Welkovic também é dono de 2.000 selos de cartas, 500 canetas, das quais 90% são tinteiro, e 1.500 rótulos de vinhos que já tomou, entre eles o Zen-Zen, conceituado, nos anos 1980, como o melhor vinho nacional, que hoje o médico considera intragável.
Por Marina Suassuna - Diario de Pernambuco.
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