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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Quarta-feira começa sem violência no Complexo do Curado

Foto: Paulo do Pernambuco.com

A situação no Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, esteve tranquila na manhã desta quarta-feira (21), após dois dias de confrontos intensos com a polícia. Amotinados desde a segunda-feira (19), os detentos da maior unidade penitenciária do Estado se rebelaram pedindo maior agilidade na análise dos processos judiciais. Os presos permanecem no telhado dos pavilhões, exibindo faixas e cartazes com as reivindicações. O Batalhão de Choque da Polícia Militar passa o dia de prontidão no local, caso haja necessidade de intervenção policial.

A rebelião dos últimos dias já conta com 44 feridos e três mortos. Na segunda, o policial Carlos Silveira do Carmo, 44 anos, morreu baleado no local. Dois detentos também morreram. Edvaldo Barros da Silva Filho, de 34 anos, e Mário Antônio Silva, de 52, foram mortos, o último decapitado por outros presos. Familiares dos detentos afirmam ter recebido informações de dentro do presídio de que mais presos foram mortos, mas a informação não é confirmada pela Secretaria de Ressocialização.

Concomitantemente ao que ocorre no Complexo do Curado, os reeducandos da Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, também iniciaram um motim, que teve maior destaque na terça-feira (20). Os detentos também subiram na laje do presidio e, com o uso de caixas de som e faixas, pediram a presença do juiz da 2ª Vara de Execuções Penais, Cícero Bittencourt, no local. Ao todo, 27 presos ficaram feridos durante a ação da polícia militar no presídio.


MOTIVAÇÕES E IRREGULARIDADES

Os tumultos começaram com a alegação de que os detentos reivindicavam maior celeridade no julgamento dos processos. Na noite da terça-feira (20), o promotor Marcellus Ugiette esteve na Penitenciária Barreto Campelo, e, para ele, as reivindicações por mais rapidez da Justiça para analisar os casos não é a principal motivação para os motins, que seriam, na verdade, operados por organizações criminosas com atuação dentro e fora dos presídios.

"Muitos presos disseram que não queriam continuar com a rebelião, mas alguns grupos não quiseram nem iniciar o diálogo. Na realidade, percebemos que há uma atuação forte do PCC ou de outros grupos que têm contato com os detentos do Curado e também de outras penitenciárias e querem promover esse tipo de ação", avalia a promotor.

Na avaliação do promotor, a situação chegou ao descontrole pela falta de agentes penitenciários. "A superlotação é sim um problema, mas as coisas tomaram essa proporção pela ausência do Estado dentro da instituição. Hoje (terça-feira), a situação foi contornada porque temos o reforço da Polícia Militar, mas diariamente o Estado é ausente", diz Marcellus.

Informações direto de Recife/JC online  



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